O elegante R/T Castanho Araguaia, como está hoje. Mopar Nats 2010
No post do Dodge Dart 1973 contei sobre o meu amigo Carlinhos, dono do posto de gasolina perto da minha casa, e seu Charger 1976. Conheci esse carro em 2003, logo que me casei e nos mudamos para o bairro.
Sempre gostei do Charger, por motivos já expostos aqui. Eu cresci andando num Charger 1974 vermelho índio, e tinha boas recordações, pois era o carro do meu avô. Foi uma fase muito boa de nossas vidas, curtimos muito esta época. As férias em Dourado, o começo da vida escolar, a chegado do meu irmão... Enfim, compactando tudo isso e resumindo, temos a visão do Charger R/T. O carro que me levou no primeiro dia de aula no Augusto Laranja, que nos levava até a rua 25 de Março... Bons tempos.
Estrada para Dourado
Meus avós, paterno (esquerda) e materno (direita)
Minha amada avó. Deixou-nos em 1978
Eu, no meu 2o aniversário. dezembro de 1973.
Em 2009 eu já tinha o Dart, mesmo que em reforma, e já estava conformado e decidido a não comprar mais nenhum carro antigo. A compra do Dart fora uma decisão ruim na época, pois o carro havia custado caro e, apesar de não ter nenhum problema gritante, tinha muitos "pequenos problemas". Eu estava cansado do assunto e queria tranquilidade. Funileiros, pintores, vendedores de peças, queria dar um basta nisso por um tempo. Cheguei a conclusão que carro antigo não era para mim. Mas sempre ficou na cabeça a questão de ter um Charger, um dia...
Como entrei no mundo do antigomobilismo com os preços já elevados, a compra de um Charger virou uma questão sem solução. Pagar caro e ainda ter que reformar, comprar peças. Realmente eu não estava disposto a entrar nessa outra vez. Os Chargers que apareciam precisavam de reformas, ou custavam preços muito elevados se comparados com o que eu poderia pagar num projeto. Quando via algo interessante, ligava para os meus amigos, pegava opiniões e ficava sonhando com o carro, mas não passava disso. Não entrava na minha cabeça pagar 40 mil num carro para reformar. Desisti da idéia em definitivo.
Até que um dia o destino entrou em ação. Entre idas e vindas, meu amigo Carlos, o dono do Charger que eu dirigira pela primeira vez, mudou de ramo, saiu do bairro e montou um comércio no bairro da Saúde. Tenho o hábito de ir lá para jogar conversa fora, somos grandes amigos. Ele sempre comentava que não tinha muito tempo para andar com o Charger. Em 2006, logo após a compra do Dart, ele comentou que iria vender o carro, o que me chateou muito. Não apenas porque eu não poderia comprar, mas também porque eu sabia o quanto o Carlos gostava do carro. Na época ele tinha uma coleção com três Pumas e uma SM. Um comprador deixou de levar o Charger por causa de um desconto, que o Carlos não deu... Esse senhor acabou comprando um carro 1977. Neste meio tempo, apareceu um comprador para a SM, e o Charger escapou de ser vendido. Era o destino de novo.
O carro na época que eu o conheci
Seu interior maravilhoso!
O valor era alto. Sem pensar em comprar, comecei a ligar para alguns amigos que poderiam se interessar. Felizmente ninguém atendeu. E aí que começa a minha história com o carro. "Eu gostaria que o carro ficasse com você", disse o Carlos. "Eu também, mas no momento não consigo", respondi."O carro não está a venda até você pensar e me dar uma resposta". "Para você a proposta é diferente.". Naquele momento percebi o destino atuando de novo.
Eu precisava conversar com minha mulher antes. Nem preciso dizer que não dormi aquela noite. Minha esposa me surpreendeu com o apoio à compra, condicionando à venda de outros carros que possuia, incluindo meu Dart. Não a recrimino, aguentar marido fanático não é fácil. Vendi um Landau 1982, carro que só me deu dores de cabeça, e meu carro de uso, que eu havia comprado há menos de um ano.
No dia seguinte, 04:30 da madrugada eu estava na revistaria do Carlos para fechar o negócio e uma semana depois fui retirar o carro. Fazia mais de um ano que o carro estava sob a capa prateada, sem ser ligado. Funcionou na 3ª tentativa, a bateria totalmente morta. Fomos até uma casa de baterias, o carro não morreu nenhuma vez! O Cuti tem razão quanto ao Dodge, é um carro indestrutível.
O Carlinhos dirigiu até minha casa, queria se despedir do seu companheiro de oito anos. Assim como era para mim, o Charger também sempre foi o sonho dele. Incrível o desprendimento do meu grande amigo em relação ao seu carro. São fases da vida....
Despediu-se do carro e desejou que eu fosse feliz com ele como ele fora nos oito anos. Eu nem acreditava ! Aquele Dodge que eu conhecera sete anos antes agora estava na minha garagem! Passei a ter um Charger R/T maravilhoso, com 79 mil kilômetros originais e boa parte da pintura e vinil ainda de fábrica! As faixas originais ainda, com um interior maravilhoso. Lembro de ter gasto dois tanques na primeira semana com ele. Eu fiquei rodando umas duas horas num domingo com o Charger pelo bairro, e posso dizer que é um dos melhores Dodges que já vi. O carro foi totalmente revisado, muitas das peças de desgaste natural eram ainda originais do carro. O motor nunca havia saído do cofre, em 34 anos.
Alguns carros parecem ter sido fabricados apenas com a missão exclusiva de dar alegrias ao seu dono. E esse Dodge é assim. Quando zero pertenceu a uma empresa de publicidade (Publisian). Depois foi vendido para o seu Paulo (que não conheci) que cuidou do carro por mais de vinte anos, e que amava esse R/T. Vendeu-o porque não tinha mais condições de dirigir, já tinha uma idade avançada. Quis tentar localiza-lo para saber mais do carro, mas a pedido do Carlos não o fiz. O dono gostava muito do carro e provavelmente sentiria em ver o carro mudar de dono novamente.
O Carlinhos cuidou muito bem do carro, que era o xodó dele. Nunca esse R/T deixou o Carlos na mão. E nem a mim. Esse carro hoje faz a minha alegria e a dos meus filhos, que adoram o "Dodge Dourado". Enquanto eu puder, terei esse carro e cuidarei muito bem dele, mas um dia chegará a minha vez de deixa-lo ir, e ele irá continuar a sua missão de alegrar as pessoas. Os meus filhos, espero. É o destino desse carro maravilhoso!
Essa é a história de um sonho de infância, realizado...
Abraços!
Vital
Prestes a levantar de um longo sono!
Muita poeira...
O Carlos e seu Dodge. Pegou com a ajuda da bateria do Honda e não morreu mais.
O guerreiro, após um longo sono, indo encher os pneus murchos.
O Carlinhos dirigiu até minha casa, queria se despedir do seu companheiro de oito anos. Assim como era para mim, o Charger também sempre foi o sonho dele. Incrível o desprendimento do meu grande amigo em relação ao seu carro. São fases da vida....
Despediu-se do carro e desejou que eu fosse feliz com ele como ele fora nos oito anos. Eu nem acreditava ! Aquele Dodge que eu conhecera sete anos antes agora estava na minha garagem! Passei a ter um Charger R/T maravilhoso, com 79 mil kilômetros originais e boa parte da pintura e vinil ainda de fábrica! As faixas originais ainda, com um interior maravilhoso. Lembro de ter gasto dois tanques na primeira semana com ele. Eu fiquei rodando umas duas horas num domingo com o Charger pelo bairro, e posso dizer que é um dos melhores Dodges que já vi. O carro foi totalmente revisado, muitas das peças de desgaste natural eram ainda originais do carro. O motor nunca havia saído do cofre, em 34 anos.
Alguns carros parecem ter sido fabricados apenas com a missão exclusiva de dar alegrias ao seu dono. E esse Dodge é assim. Quando zero pertenceu a uma empresa de publicidade (Publisian). Depois foi vendido para o seu Paulo (que não conheci) que cuidou do carro por mais de vinte anos, e que amava esse R/T. Vendeu-o porque não tinha mais condições de dirigir, já tinha uma idade avançada. Quis tentar localiza-lo para saber mais do carro, mas a pedido do Carlos não o fiz. O dono gostava muito do carro e provavelmente sentiria em ver o carro mudar de dono novamente.
Sem motor, pela primeira vez desde 76.
Customizações de época. Tampas cromadas.
Juntas, bombas e pintura novas.
O carro pronto!
Minha mãe.
Essa traseira é linda.
Em 2010 fomos ao Mopar Nationals com ele. Foi um evento muito legal, o carro foi utilizado como modelo para a estampa da camiseta e acabou sendo premiado, guardo o troféu na minha estante com muito carinho.
desenho feito pelo Paulo, utilizado na camiseta em 2010.
O Mopar Nationals é o único encontro que freqüento. É um evento para a família, levo os meus filhos desde que nasceram, tenho grandes amigos, sócios, não sócios, de São Paulo e de outros estados. Vale a pena ir, com ou sem Dodge. Esse ano pretendo ir de Magnum, se Deus quiser.
Meus amados filhos.
Com o pessoal do CCB. Na foto o Serginho.
Como fui de carro só sábado, peguei o R/T do Eduardo para receber o prêmio.
Com meu filho e o Lincoln.
Meninos com o troféu do carro deles!
Essa é a história de um sonho de infância, realizado...
Abraços!
Vital