domingo, 6 de março de 2011

Corcel GT 1973 amarelo

O meu pai sempre trabalhou na indústria automobilística. Desde que me entendo por gente lembro dele bem arrumado, usando aquelas gravatas largas dos anos 70, indo para São Bernardo do Campo, para a Ford do Brasil, na qual trabalhava desde o tempo da Willys Overland. Que tempo! Como as pessoas vestiam a camisa da empresa! O meu pai amava a Ford e o oval azul. No quarto que dividia com meu irmão, havia adesivos colados nas janelas, daqueles que saiam nos vidros dos carros nas concessionárias. Oval Ford colado na cômoda, e outras coisas.

Engenheiro metalúrgico, posso dizer sem sombra de dúvidas que ele era muito bom naquilo que fazia. Detalhista, prático, conhece muito sobre carros. Sou engenheiro por causa dele, apesar de trabalhar no mercado financeiro. Tenho muito orgulho de ser seu filho.

Bom, em 1971 ele comprou o seu primeiro Corcel, um vermelho duas portas. Não me lembro deste carro, mas me lembro do segundo Corcel. Um GT amarelo, ano 1973. Que carro legal! Ele era meu herói andando naquele belo carro amarelo e preto. Lembro muito desta fase do Corcel, pois cresci andando neles. E eu era muito pequeno nesta época.

Não tenho quase nenhum registro deste carro, apenas esta foto de 1973, na qual estamos eu, minha mãe Maristela e meu irmão, ainda na barriga dela. Na foto está também o Charger R/T 1974, mas esse com certeza terá o seu capítulo.

O que esse GT traz de lembranças é a boa época na qual meu pai trabalhava na Ford Motor Company, uma outra época em que o relacionamento com a empresa era muito diferente do que vemos hoje, ainda mais quando se fala na geração Y. Não sei se era melhor ou pior, mas era muito mais romântica. Lembro do orgulho do meu pai e dos colegas dele quando a Ford lançava um novo modelo, ou da cara feia que faziam quando alguém da família comprava um carro da concorrência. O status de trabalhar para uma empresa norte americana, etc...

E quando contava o que meu pai fazia para os meus amigos da escolinha? "Meu pai trabalha na Ford, ele fabrica carros!". Era demais. Gosto muito do que faço, mas confesso que é difícil explicar para os meus filhos o que é e para que serve.

Espero que meus filhos tenham um dia o mesmo orgulho que tenho do meu pai, o homem que fabricava carros...

Voltando ao Corcel, este carro foi batido de traseira, arrumado e vendido. Logo depois meu pai foi promovido a um cargo que dava direito a carro alugado. Em seguida veio para casa um GT 1975 branco.

abraços!

Vital


Eu no dia que completei 2 anos, minha mãe e o GT.


Eu e meu pai

o
O carro da propaganda, gêmeo do nosso. 

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