Nesta casa morei desde que nasci, e ela está ainda como era em 1956, exceto pelo banheiro e pela cozinha, reformados nos anos 80 e 70 respectivamente. E pela cor. Sempre foi branca com janelas verdes, atualmente é bege com janelas marinho. Lá vivem meus pais e todas as lembranças da minha infância e adolescência. Crescemos ali, eu e meu irmão. No corredor comprido ficaram estacionados todos os carros que já citei no blog e todos que não citei. Lá corríamos, andávamos de bicicleta, brincávamos com os matchbox no quintal, na época imenso para nós dois.
O bairro era tranquilo nos anos 70. Depois, a exploração imobiliária e a prostituição foram degradando os cruzamentos tranqüilos. O Planalto Paulista é um bairro de classe média, com lindas casas, construídas entre os anos 50 e 70. Lembro de ver muitos Dodges parados, nas garagens amplas, e nas ruas calmas e arborizadas. Eu e meu irmão costumávamos a andar de bicicleta com a molecada da rua de trás, a Irerê. Poucas famílias ainda residem na avenida atualmente.
Frente da casa dos meus pais em 2006. Assinada pelo Dodge.
Minha mãe, conversando com a vizinha. Os muros eram baixos. 1976.
Meu irmão e eu, ao fundo. Nosso mundo: o quintal.
Páscoa de 1975. Fazer o quê...
Vestido de coelho, com meu irmão e a Rebecca
Eu e meu irmão com minha mãe, no quarto que dividimos até 2002.
Eu, bem antes da reforma do banheiro. 1975.
Meu irmão. Hoje a banheira teria que caber 200 litros.
Meu primeiro veículo. Nunca vou fazer isso com meus filhos, rsss....
Tempos atuais.
Lembro-me que havia um prédio muito branco e muito bem cuidado. Passávamos a pé em frente, quando meu pai nos levava para comprar revistas ou figurinhas na banca de jornal, ou simplesmente caminhar. Tinha um observatório no seu telhado, um telescópio! Faxineiras limpando o chão, jardim impecável, portões sempre muito bem pintados de cinza prata. Eu era criança e não tinha a mínima idéia do que era fabricado ali. Quando perguntava, meu pai respondia que era uma fábrica de instrumentos ópticos. Binóculos, lunetas e coisas do gênero. Um amigo do Chrysler Clube do Brasil, que residia na infância exatamente onde fica o prédio que moro hoje, contou-me que a área onde está o prédio da dfv era uma região desabitada nos anos 50, sem iluminação, ideal para observar o céu. Fico imaginando como era, hoje a poluição impede que vejamos muita coisa. Conversando com meu pai, parece que os carburadores foram fabricados aí mesmo, até o ano de 1975 ou 1976, não soube dizer com precisão. Depois passaram a ser feitos em uma planta perto do antigo Café Solúvel.
Pouco sei sobre a vida e o fim da empresa. Até o ano passado ainda havia alguma atividade lá, nada relacionado às origens. Um conhecido, que toma café na mesma padaria que eu, trabalhou lá por mais de 40 anos. Não tem mais nada no prédio. O IPTU do lugar deve ser uma fortuna, já que o prédio ocupa o quarteirão inteiro.
Fazia tempo que eu planejava tirar umas fotos de lá. Não ficaram tão boas, pois a avenida é muito movimentada e eu estava sem tempo para caprichar mais. Mas seguem. Acho pouco provável que o prédio continue lá por muito tempo. E nunca vi registros sobre ele. Pelo menos não encontrei.
O observatório. Essa porcaria francesa saiu na foto.
A entrada principal. Muito depredada.
Entrada lateral. De dentro do Charger.
Outra vista.
O carro em frente à fábrica do seu carburador.
Essa entrada era impecável nos 70s.
Vista da frente.
Vista da frente. Se não fosse o estado do prédio, diria que é 1976.
Vista do observatório.
Mais uma do observatório.
Se pudesse, teria uma casa com esses portões. E montaria uma filial do Museu Dodge no prédio, rsss...
Abraços!
Luis Vital
muito boa as fotos!!!
ResponderExcluirFabrício, obrigado! A claridade estava muito forte! E ficava de olho no Charger, não me concentrei muito nas fotos. Esse lugar era lindo!
ResponderExcluirabraços!
Amigo Vital, sensacional a matéria. Sou fascinado por estas histórias. Fico imaginando como eram as pessoas que alí trabalhavam, seus donos e suas excentricidades. O que pensavam quando ganhavam muito dinheiro e o que passou pela cabeça deles a beira da bancarrota. Tudo isto me fascina.
ResponderExcluirTambém fiz vários registros com fotos aqui da região, das antigas agências de automóveis. Alguns dos prédios já em fase de toal abandono.Procura levantar mais coisas sobre isto e posta
Ótima postagem
Abração
Cuti
Cuti, eu adoro essas histórias também. Conforme for descobrindo coisas novas com certeza vou compartilhar aqui.
ResponderExcluirGrande abraço e obrigado pela visita!
vital
Vital, belas fotos. Tenho a nítida impressão de que tudo antigamente era melhor, as construções mais bonitas, os carros mais emocionantes, as pessoas muito mais educadas....se pudesse voltar no tempo para viver esta época não pensaria duas vezes. grande abraço
ResponderExcluirMax, não diria tudo, mas muita coisa era. Mas, como diz meu amigo Pedroca, vivamos bem o presente! E do passado guardemos o que foi bom!
ResponderExcluirGrande abraço!
Vital
Bacana o seu relato, mas, verdade seja dita os dfv eram uma porcaria, o maior pecado que a craysler cometeu, colocar estas porcarias nos 318. Lembro-me nos finais dos anos 80 tiravamos estes lixos e subistituia-mos por holey quadrijet, isso quen tinha grana é claro pois o carburador era o preço do carro kkkkkk... quem não tinha colocava motocraft bijet do 302 ford que verdadeiramente ficava bem melhor que os lixos dfv. Grande abraço.
ResponderExcluirCaro Pr. Wall, depende do estado. O do meu R/T funciona bem. O do meu Magnum é um lixo. Tem gente que adora, como o cuti, que sabe mexer. Eu não gosto também. Em tempo, esse prédio foi alugado e fechado com placas. Some um pedaço da história.
ResponderExcluirabraços e obrigado pelo comentário!
Valeu Vital, seu blog é muito legal, passei algumas boas horas vendo seus posts, vc é um cara de família e preza pelas suas raízes, Deus abençoe. Abraço.
ExcluirCaro Pr. Wall, fico feliz que tenha gostado, realmente é isso mesmo. Estou preparando mais histórias, espero que goste! Grande abraço!
ResponderExcluir