segunda-feira, 11 de abril de 2011

Será que é o carro do meu avô???

Amigos, essa pergunta eu me faço cada vez que aparece um carro 79 cinza báltico mecânico para vender, ainda mais se possui placas amarelas. Como todos os carros de casa eram emplacados em Dourado, as iniciais eram sempre VO alguma coisa. O Passat era VO 6447, o Alfa Romeo VO 5173, e assim por diante. Não me lembro das placas dos Dodges.

O Fabrício me enviou estas fotos deste carro, aparentemente abandonado por muito tempo, mas bem original. Está a venda. Pedi a ele o número do chassis ou o contato do dono. Nunca vi esse carro, que eu me lembre.

Espero que não seja, pois vai uma pequena fortuna para reformar.

Mas se for...


Abraços!

Vital

PS: Reparando melhor nas fotos, as faixas já não são as originais. Mas o vinil parece ser dele. E até que não está tão ruim de carroceria....





domingo, 10 de abril de 2011

Não fique na mão. Mas se acontecer...

Para quem não sabe absolutamente nada de mecânica, vai uma dica. Aprenda, para não ficar na mão. Esse conselho estou dando para mim mesmo, pois não sei o que fazer quando acontece. E carro antigo é isso aí. Pois não é que o Magnum ontem me deixou na mão, perto de casa? Mais precisamente 100 metros. Parou de ir faísca ou gasolina. Um dos dois, aliás praticamente as duas causas prováveis de pane em carro antigo. Ou não vai o que precisa queimar ou não vai o que faz queimar. Ou vai demais o que precisa queimar. No caso do que faz queimar o problema é mais chato, pois envolve conhecimentos básicos de eletricidade. Ou é o módulo, ou o distribuidor, ou um cabo solto,... Enfim, um transtorno geral. Para melhorar eu estou com uma conjuntivite daquelas e sem humor algum, não era dia de sair com o carro. Mas foi melhor dar problema perto de casa do que longe. Menos mal.

Sabiamente segui os conselhos do blog do Museu e .... 333-PORTO. em dez minutos chegou uma prancha Volkswagen e embarcou o nosso amigo de 32 anos confortavelmente em suas costas. E o caminhão sofreu com aquele monstro em cima. Mas foi. O carro amanhã será levado ao mecânico e desmontado para verificar o que acontece.

Moral da história: Por menos de R$ 600,00/ano você tem para o seu antigo uma cobertura de 100 mil para terceiros e direito a socorro mecânico de primeiro mundo: Porto Seguro. Limitado a três vezes, mas sai pra lá! Uma vez basta!

Fica a dica. Não é caro (menos que cinquenta reais por mês) e nos livra de dores de cabeça. O duro foi explicar para a atendente o que era um Dodge Magnum. Ela: "Dakota ou Journey?".

Liguem para a Débora amanhã bem cedo e façam o seu. Vale muito a pena. Terça faremos vistoria no R/T. E mês que vem no Fusca, haja bolso!

Fale com Debora Marques, da Harper (Badolato): 011 2639-4655 ou debora@harperseguros.com.br

 Tratamento de primeiro mundo
 Parou a rua...
Já instalado confortavelmente no caminhão. Nenhum dano ao carro.

Fiz semana passada para o Magnum, e além de ter sido muito bem atendido pela corretora, fiquei mais tranquilo ontem, numa hora chata. Paguem para não usar. Mas se precisarem... 333-PORTO. E ainda ganhe uma visita para o sensacional Museu Dodge. Eu vou levar meus filhos!

Meu pai irá acompanhar o carro amanhã. Quando souber o que aconteceu, contarei aqui.

Abraços!

Vital

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O charger R/T e o encontro do Posto BR

Recebi umas fotos muito legais do meu amigo Caio. Ele é leitor do blog, e descobri que é do bairro e é amigo do Carlinhos, que me vendeu o R/T. Veja que coincidência. Em 2003, o Carlinhos organizou um encontro de antigos no seu posto de gasolina, aquele que citei, no qual conheci o R/T e o Carlinhos.

Foi nesse dia que comprei o Monza Classic. O dono era conhecido do Carlinhos e veio com o carro ao posto para ver o encontro, que por sinal foi muito legal. Placa de VENDE-SE no vidro... O resto vocês já sabem.

 Foi um encontro informal, organizado pelo Carlinhos, apenas avisando os amigos que passavam por lá. Nunca imaginaria que, oito anos depois, escreveria um post sobre esse encontro. Todos os carros são do bairro! Oito anos já... O tempo passa muito rápido.

Vejam o belo Maverick GT do Caio... Eu fiquei louco quando vi esse carro. E foi a única vez. Maverick GT do ano 1978 é um carro que se vê muito pouco por aí. Hoje o Caio tem um Camaro muito bonito, nos encontramos na rua, umas duas semanas atrás. Eu estava passando de Magnum e um belo Camaro buzinou. Tenho visto alguns Camaros dos meados dos 70s nas ruas.

Caio, muito obrigado pelas fotos!


Grande abraço!

Vital



O posto no qual ficava o Charger. Um belo sábado ensolarado.


Que linda visão! Um GT e um R/T, uma Simca... Até na foto o Dodge está na frente, rss....

Lembro que da Simca saia música dos anos 60...

Um Dart 70 muito bom! Não sei de quem era e nem o final que teve. Um Trans Am...
Tinha muito mais carro do que aparece na foto... Normalmente o R/T ficava no elevador da troca de óleo.





quarta-feira, 6 de abril de 2011

VW 1500 Azul Arara - 1973

Eu ainda não contei o final da história do fusca do meu pai, o 1300 L 1980. Mas posso adiantar que esse carro foi o mais companheiro da nossa família. Levou-me para a escola, desde os idos tempos da segunda série do primário no Augusto Laranja, passando por toda fase escolar, cursinho, até meus anos na escola de engenharia. Esse carro me levava ao trabalho, ainda que de maneira esporádica, até o ano de 1999. Foram quase vinte anos juntos.

Esse carro me lembra épocas muito difíceis de nossa família. Foi comprado no ano que meu avô morreu. Passamos todas as crises dos anos 80 com ele sempre ao nosso lado, nunca quebrou ou sequer deixou alguém na mão. Lembro-me de uma ocasião, quando ainda era aluno da Escola Politécnica, de passar por uma enchente com ele, na Av. 23 de Maio. Enquanto carros novos paravam, lá ia o valente passando pela água, sem parar! Tudo bem que o assoalho era podre e a água entrou. Mas fusca só tem lata e borracha, lavou ficou novo. Esse carro foi nosso companheiro de luta, lembro do meu pai carregando rolos de tecido nele (loucura...) nos derradeiros anos da fábrica. Não gosto nem de lembrar muito disto.

Enfim, o carro foi roubado em 1999. Foi uma tristeza muito grande para o meu pai. Mas conto essa história depois, quando achar as fotos do carro. A idéia era introduzir o motivo de eu ter um Fusca hoje.

Gostar de um Fusca é uma situação total mente emocional e nostálgica. É um carro feio, desconfortável, sem potência. Num bom dia de verão, impossível andar nele sem ensopar a roupa de suor. Cheira gasolina por dentro e não tem estabilidade. Enfim, atrativos inexistentes. Mas é engraçado como esse carro exerce um fascínio nas pessoas. Eu confesso que nunca mais imaginei ter um Fusca. Até porque eu nunca tive, de fato. O carro era do meu pai.

Mas aí entra o destino de novo. Em 2007, estava eu passeando com meu Dodge Dart. Tenho o costume de ir sempre tomar café pela manhã, na mesma padaria. Um hábito paulistano. Certo domingo, cumprindo esta rotina, paro o carro no posto de gasolina e o frentista, velho conhecido, pergunta se eu gostaria de comprar um Fusca. A resposta negativa saiu imediatamente, mas ele insistiu que o carro era bom e que eu não iria me arrepender. Fui ver o carro, por desencargo de consciência. Ele pertencia a uma senhora de quase oitenta anos, que havia perdido um filho há poucos meses. Essa, sem sombra de dúvida, deve ser a dor mais doída que um ser humano pode ter, perder um filho. Apesar do carro ser dela, o filho usava o carro as vezes. Ela já estava com idade avançada para dirigir.

Chegando na casa dela, vejo aquela cena. Lado esquerdo arriado, pintura desbotada. Vou olhar o interior, vejo um volante Panther show de horror, em compensação tinha o painel de jacarandá e os bancos originais. Levei o carro arrastado ao posto de gasolina, para examinar o assoalho. Naquele momento percebi que o carro era muito novo e já estava me apaixonando por ele. Sem falar com minha mulher, bati o martelo e comprei o carro, com um dinheiro que eu estava guardando para usar na compra de um jogo de rodas Magnum. Absurdo, o preço destas rodas era o mesmo de um VW 1500. Contei para minha mulher, que achou loucura. Levei-a a noite, passamos na porta da casa da dona e mostrei o carro, de longe mesmo. Nesse momento ela passou a gostar do feio Fusca.

Meu pai, nesta época, estava com a saúde bem debilitada. Lembro de ter ido ao hospital, no qual ele estava internado. Contei do Fusca, e claro que ele se animou. como ele não conseguia se levantar para ver o  carro, peguei um espelho da parede e coloquei na janela do quarto, e ele viu o carro através do seu reflexo.

Encostei o carro no mecânico, e por menos de quinhentos Reais o carro ficou mecanicamente zero. Fusca é impressionante, tudo de mecânica é barato. Já acabamento, a história é outra. Claro, se você exigir peças originais.


No dia da compra. Esse carro vermelho não é meu, rssss...

 O interior muito original. Mas, sem dúvidas, um carro feio!
 A Ferrari, atrapalhando as fotos, rsss....
A pintura, ou o que sobrou dela, ainda era de fábrica.

Três meses depois da compra eu já estava louco para reformar o carro. Meu funileiro, o Zé, sabe trabalhar muito bem nesse tipo de carro, mas detesta fazer, financeiramente falando. Na visão dele dá trabalho demais e dinheiro de menos. Convenci-o, e as obras começaram em setembro de 2007. O carro foi desmontado. Tudo nele é original, e rodou apenas 60 mil km. Da senhora desde zero, esse carro fez apenas duas viagens para o Guarujá. Acredito que seja verdade pelo estado geral. Apesar de feio, o motor nunca foi aberto (ou pelo menos não aparenta ter sido). Não gasta óleo e tem muita força (dentro do que pode ser forte, claro). O documento de transferência apontava ainda a concessionária Primo Rossi como proprietário anterior.

Essa foi minha primeira reforma. A única coisa não original são as rodas Mangels do Fusca mexicano. As dele não vieram com ele, estas da foto não têm suporte para as calotas parciais. É um carro que todos gostam. As pessoas na rua olham para ele e abrem um sorriso. É uma coisa inexplicável. Quando vou ao trabalho com ele, fato muito raro, todos perguntam sobre o pequeno carro. 

Incrível como ele é valente. Bateu a chave, o motor pega. O motor 1500 tem muito fôlego (lembrem que é um Fusca...) e sobe muito bem as ladeiras íngremes do bairro. É um carro que minha família inteira adora. Quando falo em vender, minha mulher pula na frente e já avisa que esse não vai embora. É um carro com história, e que me alegra muito. A reforma ficou muito boa, parece um carrinho de estante. Ficou maravilhoso. As fotos abaixo tirei no Riacho Grande, perto da oficina do Alaor, num sábado que fomos comer feijoada, eu, ele e o Vinícius. Recém saído da reforma. Hoje ele está emplacado com as placas pretas, e levou zero pelas rodas não originais, o que é muito justo.



Ao fundo, o Le baron 1981 C092.998 (10 últimos...)

Nas poucas vezes que andei no trânsito com esse carro, valorizei ainda mais o meu pai. Ele andava mais de 100 km por dia no seu Fusca, para ir e voltar do trabalho. Horas de volante, num carro de conforto muito ruim. Meu pai foi um lutador mesmo.

Depois de pronto, levei o carro para a dona ver, e foi um choque. Ela me fez um pedido. Que eu nunca venda o pequeno carro. Vou tentar cumprir essa promessa. 

Grande abraço!

Vital

sábado, 2 de abril de 2011

Para fechar a semana com mais um Castanho Araguaia...

Eu nunca gostei de carro marrom, e menos ainda de interior caramelo. Meu conceito era que Dodge tem que ser vermelho, ou branco. Interior sempre preto.

Até que conheci o meu Charger. O vinil marrom de fábrica, o interior caramelo, as faixas marrons... Quando coloquei os Firestone wide Oval, As letras contrastaram muito bem com a carroceria. Hoje sou louco por carros com cores mais clássicas. Continuo gostando de carros vermelhos, mas os marrons ou dourados, pela sua raridade, são lindos também. E elegantes!

Esse post é só para fechar a semana com mais um castanho araguaia, Um Gran Sedan 1977. Eu acho esse carro de uma classe única. Está nos meus planos um dia ter um Dodge quatro portas, e se for um destes, com certeza vou ficar bem satisfeito!

As fotos desse maravilhoso carro foram enviadas pelo Eduardo Bastos, de Santo André. Ou Edu Coxinha... Lembro de ter conhecido o Edu no posto, a caminho do Mopar Nats 2010. O carro é muito original, e espero que o Edu não troque a cor.

Em tempo, o lindo R/T prata Lunar é um velho conhecido meu. Pertence ao xará do Edu. Meu amigo Sapão. Esse lindo R/T dorme há menos de 50 metros do meu, dois prédios antes. No prédio do lado direito tem um R/T 77. Coisas de Dodge: 75, 76 e 77 na mesma quadra, e em ordem numérica. Foi com esse R/T que fui receber o prêmio de Carro do Evento.




Mesma placa, nas duas propagandas. Mesmo carro!


Abraços!

Vital

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Charger R/T 1977 - irmão castanho mais novo de Curitiba

Desde que comprei meu primeiro Dodge, sempre acabei conhecendo bastante gente. Na maioria das vezes, gente muito boa. Através destas pessoas, muitas das quais só conheço por email e fotografias, as vezes só de seus carros, aprendi bastante e peguei várias dicas de como manter os carros e evitar problemas.

Grande parte destes meus amigos está no sul do Brasil. Paraná, rio Grande do Sul, .... Um deles é o Regis, de Curitiba, proprietário de um lindo carro 1979, duas portas. Um Dodge Dart cinza báltico. Eu, pelo menos, vi poucos carros nesta configuração, inclusive um que está (ou estava...) à venda aqui em São Paulo. Conheci o Regis em 2006 por emails, e sempre peguei dicas sobre os carros com ele. Graças aos amigos que muitas vezes nunca conhecemos pessoalmente é que conseguimos aumentar o nosso conhecimento, minimizando os erros, seja nas restaurações, seja nas compras de peças e até mesmo dos carros.

E não é que ele me surpreende com essa foto, deste maravilhoso carro????



Transcrevo parte do email dele.


"Ontem eu escrevi contando que no prédio dos meus pais, quando eu morava com eles havia um Sr que possuia um RT 77 desta cor, ele era único dono, o carro era como uma barra de ouro quando visto lá de cima da minha janela do apto. Sempre curtia aquele carro até que lá pelos idos de 86 ele vendeu o carro. Nunca mais vi. Um dia do ano de 98 estava ajudando um amigo a comprar um Dodge, vimos vários até que achamos um 77 desta cor, o carro era muito conservado, impecável mesmo. Meu amigo comprou e alguns dias depois, já na casa dele, peguei o manual para dar uma "fuçada" e quando olho o endereço do primeiro proprietário quase caio de costas, era o Sr que morava no meu prédio, baita coincidência. Depois perdi contato com esse amigo e fiquei sabendo que vendera o carro em 2000. Não foi mais visto, mas soubemos que uns caras  o compraram. O carro deve estar em algum barracão, quem sabe não está me esperando..."



O R/T está em algum lugar, numa coleção particular, longe de tudo e de todos.


Legal, não?? Eu adoro histórias como essas! Fico imaginando quantos carros bons estão escondidos por aí, em coleções desconhecidas, garagens fechadas, longe dos avanços tecnológicos das redes sociais, blogs, entre outros. Isso me faz pensar que posso achar meu R/T 74 e meu Magnum 79. Nem que não consiga te-los de volta...


Grande abraço!


Regis, obrigado pela foto!


Vital