domingo, 1 de julho de 2012

Tempos de Ford.... e alguns amigos para sempre.

Como já escrevi aqui uma vez, cresci nos anos 70. Meu pai era engenheiro da Ford, o que explica em parte minha paixão por carros. E meu avô tinha Dodge, o que explica a escolha da marca pela qual me apaixonei. Mas uma coisa muito legal era que trabalhar para a Ford significava muito mais que um emprego. Era um estilo de vida.

Meu pai amava o produto Ford. Seus melhores amigos eram colegas da Ford. Nossa vida orbitava o oval azul.

Dentre os grandes amigos do meu pai, está o Engenheiro Hilton Rossatto. Ou, para nós, tio Hilton. Ele entrou na Ford antes do meu pai. Gaúcho, formado no Rio Grande do Sul, sempre esteve conosco, fomos criados muito perto de sua família. Sua esposa, tia Marilise, é para mim e para meu irmão como se fosse uma tia. Quando crianças íamos a casa deles, que ficava em uma simpática vila, perto da Vila Olímpia. Lá vi o primeiro Del Rey, ficamos brincando de subir e descer os vidros elétricos. Fora os Landau, Maverick, até o XR3.

Sempre estiveram juntos dos meus país, na alegria e na tristeza. é uma família muito importante para nós. A correria do dia a dia, os filhos, o estresse, acabam nos afastando, mas sempre estamos de alguma maneira ligados. Minha mãe e minha tia se falam pelo menos uma vez por semana.

Resumindo, as vezes temos a sorte de fazermos esses amigos. Os para sempre. E o meus tios são amigos para sempre.

Bom, em 1999 roubaram o carro do meu pai, que ficou arrasado. Eram tempos difíceis. Eu estava começando minha carreira, meus pais com dificuldades financeiras.... Ou seja, tudo muito complicado.

Ao voltar para casa, meu pai falou para que eu abrisse a garagem. Lá estava a Belina, sem cor, faróis quebrados. Mas era um carro! Meus tios deram a Belina para o meu pai, após saberem do ocorrido. Ela serviu meu tio por um tempo, durante a construção de sua casa em Tatuí. Depois as coisas melhoraram e compraram um novo carro.

Arrumamos o carro, que serviu meu pai até o fina do ano passado. E hoje foi o dia de fazer um ensaio para a revista Quatro Rodas. Lá estava ela, depois de 28 anos de serviço pesado, sendo fotografada para a mais importante revista do gênero.

Fica aquí registrada a gratidão por termos pessoas como os meus tios nas nossas vidas. E o seu carro aparecerá na próxima Quatro Rodas.

Abraços. Vital



 Minha mãe e a tia Marilise com meu irmão recém nascido.
Tia Marilise, eu, minha avó e meu irmão. Einstein, 1974.

Um carro que trabalhou muito antes de parar.

 Primeiramente foi de um amigo do meu tio. Depois do meu tio e agora nossa.



Uma perua desejada em sua época.









5 comentários:

  1. Vital,

    Eu também fiz alguns grandes amigos cujos pais trabalharam na Ford, e entendo perfeitamente o significado de tudo isso a ti e a tua família...
    Meus parabéns pela belíssima homenagem prestada a essa guerreira que nasceu pronta para enfrentar os piores momentos e que agora pode se dar ao luxo de descansar aos seus cuidados...
    Grande abraço nosso, direto da Fronteira Sul !!

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  2. Buzian, obrigado, meu amigo. Ela agora descansa, anda pouco. Preciso viajar um pouco com ela, para mantê-la em condições de uso. Carro a álcool não aguenta tanto tempo sem funcionar.

    Grande abraço!

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  3. Lembra que há alguns meses você queria vendê-la. Pelo que tenho lido aqui no blog, sua paixão por ela só vem aumentando, ainda mais agora perto de conquistar placas pretas. Abraço,

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    1. Renon, é que é difícil carro antigo em SP. Lugar para guardar, tempo para andar com eles... Não vendi porque o valor é muito baixo. Agora acabou ficando de vez. abraços!

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  4. Vital,

    mais uma bela homenagem, você está se tornando um especialista!

    Engraçado, o meu Landau quase não anda. Apesar de ser movido a álcool, nunca dá problema, nem de marcha lenta. O Maverick e o R/T sofrem mais, apesar da Podium. Vai entender.

    Abraço.

    Reinaldo
    http://reiv8.blogspot.com

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