Em 1978 minha avó Yolanda Aron faleceu, o que deixou meu avô sem um norte. Um fato curioso sobre os dois é que minha avó era mais velha quase cinco anos. E ela demorou para casar. Não sei o motivo real, contam que este era um assunto proibido em casa, mas minha avó alterou sua data de nascimento de 1907 para 1914. E seu nome, de Orlandina para Yolanda. Minha mãe só soube desta história muitos anos depois, e mesmo assim meu avô recomendou que nunca mais falasse no assunto.
Meu avô sempre foi um cara muito namorador antes de casar, e teve uma grande paixão que não deu certo, antes de conhecer a minha avó. O nome dela era Iridi (acho que é isso). Bem, aí é que começa a história.
Meu avô, viúvo, ficou desnorteado. Naquela época ele estava muito bem financeiramente. Em setembro de 1978, ele resolveu entrar em Santa Cruz das Palmeiras para comprar tijolos refratários para a caldeira. Estavam ele e meu pai com o R/T vermelho. Não sei o que meu pai fez, mas acho que ele bateu o cárter do Charger. Meu avô ficou na loja enquanto meu pai foi checar os danos no R/T.
O dono da loja perguntou de onde meu avô era, e prontamente ele respondeu que era de Dourado. O homem disse que quase havia casado com uma moça de Dourado. Meu avô comentou que coincidentemente também namorara uma pessoa de Santa Cruz das Palmeiras mas não havia casado. O rapaz perguntou quem era, ele disse o nome. Ao lado uma moça se assustou, pois era o nome da cunhada dela. Casada com seu irmão, que estava muito doente.
Meu avô fez uma visita, logo o marido morreu e a dona Iridi ficou viúva. Na sua solidão, meu avô começou a telefonar para ela, saber como estava, etc...
O genro dela, um sujeito muito educado chamado Mariberto, ligou para o meu avô pedindo que ele não procurasse mais a dona Iridi, o filho dela (que se chama Joaquim) estava muito bravo com o assunto. Mal o pai morrera e já tinha um outro ligando?
Meu avô, um homem encantador, ficou muito amigo do Mariberto, que morava em São Carlos, perto de Dourado. E aos poucos começou o contato com a dona Iridi. O outrora bravo Joaquim, ficou muito amigo do meu avô. Ia até Dourado fazer churrascos com ele, meu avô o orientou profissionalmente também. Ficaram grandes amigos. Esse Joaquim é um sujeito forte, com olhos bem claros, e com um bigode e cara de mau. Lembro-me bem dele. Mas virava outro quando estava perto do seu novo amigo, o meu avô. Segundo conta a minha mãe, no dia do enterro do meu avô o Joaquim chorava como uma criança.
Em seguida meu avô comprou o Magnum e foi visitar a dona Iridi. Estou vendo a cena na minha memória, fomos todos naquele dia, com o carro zero. Umas garotas na rua falaram: "Olha só o carro do coroa!!!". Ficaram grandes amigos. Em seguida meu avô adoeceu. Em março de 1980 veio para São Paulo, o seu amigo Pedroca dirigindo o Magnum. Nunca mais voltou. Antes visitou-a, dizendo que talvez não a visse mais, pois estava doente e não sabia o que iria acontecer. Foi a despedida.
Bom, essa história toda é para contar do Polara do Mariberto, genro da dona Iridi. Ele foi visitar meu avô várias vezes em Dourado, e tinha esse lindo carro, hoje mesmo comentei o fato com o Gustavo de Taubaté. Foi o único Polara que conheci. Era um prata, 1979 ou 1980, não sei ao certo. Lembro-me que era um carro muito luxuoso, com bancos parecidos com o do Magnum. São lembranças, não sei ao certo o modelo, mal conheço os Polara. Acredito que era um GLS.
Recentemente recebi a notícia que o Mariberto faleceu, através de uma pessoa que coincidentemente corre comigo no parque e era vizinha da dona Iridi em Santa Cruz das Palmeiras. Ela faleceu na década passada.
Ficaram as lembranças desta história, o único Polara que conheci na infância.
abraços.
Vital
ResponderExcluirQue história!! Teu avô deveria ser mesmo um cara sensacional! Tipo de história que eu gosto esta tua de hoje.
Uma vizinha do meu pai tinha um GLS comprado ok por ela, prata, igual ao da reportagem. Quase comprei ele quando ela vendeu, ou melhor, deu!! Quando trocou o caro por outro, também ok (Uno) não deram nada pelo dodginho.
Abraço
Cuti, pois é. Dizem que quando saiu de linha, o valor do carrinho era ridículo. Muito fácil de se comprar. Hoje estão pegando um certo preço.
Excluirabração e obrigado pelo comentário!
Vital
Bela história Vital! Aproveitei o dia chuvoso aqui no guaruja para ler os posts antigos que não havia lido ainda...quando vi a matéria do magnum na 4 rodas logo lembrei do seu carro, e fiquei surpreso ao ler e descobrir era o próprio, o que era praticamente certo, pois devem existir pouquíssimos tão bonitos e inteiros como o seu. A Belina então nem se fala, eu gosto muito dela, alias geralmente gosto mais das peruas do que dos próprios carros que elas derivam. Não sei se já te falei que faz um ano que compramos uma Quantum gls automática 1990. A revisão elétrica acabou faz um mês e estou louco para coloca-lá na estrada....
ResponderExcluirAbraços.
Max, obrigado pelo Magnum, o fotógrafo ajudou, rsss.... Mande-me fotos da Quantum. Andei numa 88 zero, da Autolatina, quando meu tio trabalhava lá ainda. GLS auto, teto solar...
Excluirabçs
que bacana! obrigado por dividir, o sr está me saindo um belo Forest Gump hein! abraços
ResponderExcluirPois é... Acaba o estoque de carros, mas o de histórias não, rsss... abraços para vcs 4.
ExcluirVital meu velho !!! ja tava com saudades de ler suas historias, a vida ta corrida pra variar e com pouco tempo pros blogs !!! Tanto que ja faz muito tempo que não posto nada no meu !
ResponderExcluirVoce me fez lembrar que preciso ligar pro primo do meu pai que pediu ajuda com mecanico pro polarinha dele... to devendo uma resposta pra ele fazem 2 semanas !!! Esse primo tem um polara prata de plaqueta mas pintado de vermelho 1980 que ta com ele ja fazem mais de 20 anos ! Esse carro um dia se ele vier a vender quero estar em condições financeiras de comprar pois se não me engano ele é o segundo proprietário !! hehe !
Um abraço meu velho !!
Coxinha
Valeu coxinha, assíduo leitor! Manda foto deste polara....
Excluir