domingo, 15 de julho de 2012

Dodge Polara do Mariberto

Em 1978 minha avó Yolanda Aron faleceu, o que deixou meu avô sem um norte. Um fato curioso sobre os dois é que minha avó era mais velha quase cinco anos. E ela demorou para casar. Não sei o motivo real, contam que este era um assunto proibido em casa, mas minha avó alterou sua data de nascimento de 1907 para 1914. E seu nome, de Orlandina para Yolanda. Minha mãe só soube desta história muitos anos depois, e mesmo assim meu avô recomendou que nunca mais falasse no assunto.

Meu avô sempre foi um cara muito namorador antes de casar, e teve uma grande paixão que não deu certo, antes de conhecer a minha avó. O nome dela era Iridi (acho que é isso). Bem, aí é que começa a história.

Meu avô, viúvo, ficou desnorteado. Naquela época ele estava muito bem financeiramente. Em setembro de 1978, ele resolveu entrar em Santa Cruz das Palmeiras para comprar tijolos refratários para a caldeira. Estavam ele e meu pai com o R/T vermelho. Não sei o que meu pai fez, mas acho que ele bateu o cárter do Charger. Meu avô ficou na loja enquanto meu pai foi checar os danos no R/T.

O dono da loja perguntou de onde meu avô era, e prontamente ele respondeu que era de Dourado. O homem disse que quase havia casado com uma moça de Dourado. Meu avô comentou que coincidentemente também namorara uma pessoa de Santa Cruz das Palmeiras mas não havia casado. O rapaz perguntou quem era, ele disse o nome. Ao lado uma moça se assustou, pois era o nome da cunhada dela. Casada com seu irmão, que estava muito doente.

Meu avô fez uma visita, logo o marido morreu e a dona Iridi ficou viúva. Na sua solidão, meu avô começou a telefonar para ela, saber como estava, etc...

O genro dela, um sujeito muito educado chamado Mariberto, ligou para o meu avô pedindo que ele não procurasse mais a dona Iridi, o filho dela (que se chama Joaquim) estava muito bravo com o assunto. Mal o pai morrera e já tinha um outro ligando?

Meu avô, um homem encantador, ficou muito amigo do Mariberto, que morava em São Carlos, perto de Dourado. E aos poucos começou o contato com a dona Iridi. O outrora bravo Joaquim, ficou muito amigo do meu avô. Ia até Dourado fazer churrascos com ele, meu avô o orientou profissionalmente também. Ficaram grandes amigos. Esse Joaquim é um sujeito forte, com olhos bem claros, e com um bigode e cara de mau. Lembro-me bem dele. Mas virava outro quando estava perto do seu novo amigo, o meu avô. Segundo conta a minha mãe, no dia do enterro do meu avô o Joaquim chorava como uma criança.

Em seguida meu avô comprou o Magnum e foi visitar a dona Iridi. Estou vendo a cena na minha memória, fomos todos naquele dia, com o carro zero. Umas garotas na rua falaram: "Olha só o carro do coroa!!!". Ficaram grandes amigos. Em seguida meu avô adoeceu. Em março de 1980 veio para São Paulo, o seu amigo Pedroca dirigindo o Magnum. Nunca mais voltou. Antes visitou-a, dizendo que talvez não a visse mais, pois estava doente e não sabia o que iria acontecer. Foi a despedida.

Bom, essa história toda é para contar do Polara do Mariberto, genro da dona Iridi. Ele foi visitar meu avô várias vezes em Dourado, e tinha esse lindo carro, hoje mesmo comentei o fato com o Gustavo de Taubaté. Foi o único Polara que conheci. Era um prata, 1979 ou 1980, não sei ao certo. Lembro-me que era um carro muito luxuoso, com bancos parecidos com o do Magnum. São lembranças, não sei ao certo o modelo, mal conheço os Polara. Acredito que era um GLS.



Recentemente recebi a notícia que o Mariberto faleceu, através de uma pessoa que coincidentemente corre comigo no parque e era vizinha da dona Iridi em Santa Cruz das Palmeiras. Ela faleceu na década passada.

Ficaram as lembranças desta história, o único Polara que conheci na infância.

abraços.





sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dart coupé de Luxo 1973 - Alguns desafios

Eu tenho o hábito de acordar bem cedo. Desde garoto. Talvez por ter um pai que começa a ler o Estado de São Paulo desde as 5h da manhã. Algo que faz há mais de sessenta anos, todos os dias.

E geralmente quando acordo começo a trabalhar, a ler emails, planejo meu dia... Atualizo o blog... que é uma higiene mental...

Ou começo a fazer contas. Reformar um carro como deve ser feito, nos bons funileiros e pintores, sempre gera um bom gasto, para não dizer alguns desequilíbrios financeiros.

 Linda lateral, gosto destas faixas paralelas da linha 73.
 O TKR que dará lugar ao AM Chrysler
 Conta giros, acessório de quando o carro provavelmente era zero.
almofadas de R/T. Gosto assim, assim ficará. Não gosto da lata aparente original.


Hoje comecei a rever o que falta:

1 - borrachas diversas, que comprarei na AParts;
2 - Plugs de borracha, tampões, AParts também;
3 - Logotipos originais Chrysler (estes estou desistindo, tenho os meus horríveis e um jogo da Skill, que consiero bons...)
4 - Uma máquina de vidro traseira, não me lembro qual lado;
5 - 4 alto falantes e telas de época (Sim! Terá um som tremendão, kkk, anos 70!)
6 - 4 BF 205 R14 ou 4 Wide Oval R14 (não decidi ainda);
7 - 1 antena original;
8 - 1 par de rodas Rallye originais (vou tirar as alargadas);
9 - 1 coletor (futuro...)
10 - 1 4jet (futuro...)
11 - zincagem geral;
12 - Restauração da iluminação do painel, do buraco do rádio AM....
13 - Refazer o escapamento (quando ligava o carro acordava a vizinhança toda);
14 - kit de revisão da suspensão dianteira
15 - 4 amortecedores novos.
16 - ignição eletrônica e distribuidor (não quero platinado!!!!)
17 - tudo que esqueci.

Coisas chatas que já tenho:
1 - Grade zero;
2 - lanternas zero;
3 - frisos reformados (todos)
4 - carpete USA;
5 - par de lanternas NOS;
6 - volante original nota 8;
7 - bancos que não precisam de reforma, apenas de uma revitalização;
8 - KP 500 NOS;

Algumas coisas que ficarão fora do padrão (e já eram assim, e eu gosto)

1 - forração da porta até em cima, como no R/T. Instalado quando o carro era zero;
2 - contagiros de R/T (também do carro desde novo, aparentemente);

Coisas que preciso reverter:

1 - Esguicho de água com bomba manual. Alguém modernizou com uma elétrica.
2 - lanternas do 75 saem, entram as do 73;

Coisas pesadas, já feitas:

1 - Motor (muito bem feito pelo Alaor);
2 - Funilaria (paga!);
3 - a própria compra do carro, em 2006, fora de preço! Na empolgação, paguei mais do que valia.

Enfim, estamos entrando na reta final, com gastos futuros que ainda devem incomodar o bolso, já que falta ainda pagar metade do serviço de pintura.

Essa é a minha última restauração. Minha coleção não terá mais novas aquisições, tenho os Dodge que sempre quis ter, qualquer outro seria uma variação dos três. Exceto um quatro portas, mas decisão tomada é decisão tomada. As entradas futuras serão os carros que não pretendo vender (acho...). O Corolla XLi 2002 da minha mãe (incrível como esse carro é indestrutível!!!!) e meu Dodge Journey R/T.

abraços!


terça-feira, 10 de julho de 2012

Tudo é uma questão de manutenção.

Carros são máquinas, apesar de tratarmos as vezes como brinquedos de gente grande, personificados. Opção de cada um.

Mas, o que interessa, é que toda máquina precisa de uma manutenção detalhada. Quando falamos que um carro é velho, superado, isso pode ser até uma vantagem. São de simples entendimento e de simples manutenção. A Belina GL ferveu no ensaio da Quatro Rodas semana passada. Ao subi-la no elevador, constatamos que, além de não existir qualquer vazamento de óleo ou água, as buchas do trambulador estavam em péssimo estado. Uma vez que estava no mecânico, usei minha tradicional frase (e que me custa depois...): "faça o que deve ser feito". A Bomba estava com suas pás já bem corroídas, e era original de fábrica! De quebra troquei a de combustível também.

Bomba d'água zero, válvulas novas, revisão nas mangueiras e limpeza do radiador, trocaram também as buchas do trambulador. Foi como se o carro renascesse das cinzas. Engates precisos, algo que nunca presenciei no carro, já que veio parar em nossas mãos com 17 anos de idade.


Moral da história: Com 200 Reais em peças o carro ficou muito bom. E no teste na garagem, a água parou de borbulhar no radiador.

Carro não quebra a toa, nós o quebramos por falta de manutenção.

Detalhe: preciso trocar a bobina também. Ainda original Motorcraft. Cabos, rotor do distribuidor, tampa do distribuidor... carburador... Tudo novo.

Abraços!


sábado, 7 de julho de 2012

Dodge Dart Coupe de Luxo 1973 Branco Ipanema - Update

Nunca vou ao pintor ver como está o carro. O serviço dele é impecável, porém muito demorado.
Hoje fui fazer inspeção veicular no carro da minha mulher e aproveitei para ver a quantas anda. Fiquei feliz com o que vi, o carro está muito liso, melhor do que já deve ter sido mesmo quando novo. Ainda receberá algumas camadas de tinta e vários ajustes. Deve ter ido fita crepe aos montes para o lixo....

Acreditamos que em mais um mês o Zé comece a montagem do carro, o que exigirá ainda uma "pequena" compra no meu amigo Demarco da America Parts. Borrachas, tampões, guarnições, pestanas.... Enfim, reformar é isso, mas agora estou ficando animado. Ficará novo. Na montagem o carro começa a aparecer.

abraços!

Vital




segunda-feira, 2 de julho de 2012

Pode vir quente que eu já estou fervendo.

Carro antigo é um exercício de paciência e de dedicação, inclusive financeira. Não sou entendedor de mecânica, mas o óbvio eu sei: Tudo tem seu tempo de vida.

Por isso, desde que comprei o Charger R/T, aprendi uma lição básica: troque as peças de desgaste! Ou seja: velas, cabos, rotores, carvões de motores de arranque e de alternadores... Mas principalmente bombas!

Quando comprei meus dois últimos Dodge, foram trocadas todas as bombas (exceto no Magnum, que já tinha sido trocada), juntas, cabos.... Do Dart troquei na retifica do motor. Faça isso e seu grau de irritações futuras diminuirá.

Bom, já fazia um tempo que a água do radiador da Belina borbulhava. Válvula termostática nova, tampa de metal nova, e nada de resolver. Resultado ontem: o carro esquentou demais durante as fotos e não pegou mais. O vai e vem para as fotos, a pouca ventilação sem o carro andar, não deu outra.

De posse de um pano molhado, meu pai resfriou a bomba e o carro se arrastou até o mecânico que abria  ontem. Bomba d'água ruim, bomba de álcool ruim. Tudo está sendo trocado, de quebra ainda as buchas do trambulador, que estavam péssimas.

Sempre avisei meu pai que precisávamos substituir a bomba d'água. E a de álcool também. Teimosias a parte, infelizmente eu estava certo. Ainda bem que não empenou o cabeçote.

Agora, só tomando um café bem quente para relaxar. Na xícara apropriada.

Saudações calorosas!

Vital




 O vai e vem, pouca ventilação.

domingo, 1 de julho de 2012

Tempos de Ford.... e alguns amigos para sempre.

Como já escrevi aqui uma vez, cresci nos anos 70. Meu pai era engenheiro da Ford, o que explica em parte minha paixão por carros. E meu avô tinha Dodge, o que explica a escolha da marca pela qual me apaixonei. Mas uma coisa muito legal era que trabalhar para a Ford significava muito mais que um emprego. Era um estilo de vida.

Meu pai amava o produto Ford. Seus melhores amigos eram colegas da Ford. Nossa vida orbitava o oval azul.

Dentre os grandes amigos do meu pai, está o Engenheiro Hilton Rossatto. Ou, para nós, tio Hilton. Ele entrou na Ford antes do meu pai. Gaúcho, formado no Rio Grande do Sul, sempre esteve conosco, fomos criados muito perto de sua família. Sua esposa, tia Marilise, é para mim e para meu irmão como se fosse uma tia. Quando crianças íamos a casa deles, que ficava em uma simpática vila, perto da Vila Olímpia. Lá vi o primeiro Del Rey, ficamos brincando de subir e descer os vidros elétricos. Fora os Landau, Maverick, até o XR3.

Sempre estiveram juntos dos meus país, na alegria e na tristeza. é uma família muito importante para nós. A correria do dia a dia, os filhos, o estresse, acabam nos afastando, mas sempre estamos de alguma maneira ligados. Minha mãe e minha tia se falam pelo menos uma vez por semana.

Resumindo, as vezes temos a sorte de fazermos esses amigos. Os para sempre. E o meus tios são amigos para sempre.

Bom, em 1999 roubaram o carro do meu pai, que ficou arrasado. Eram tempos difíceis. Eu estava começando minha carreira, meus pais com dificuldades financeiras.... Ou seja, tudo muito complicado.

Ao voltar para casa, meu pai falou para que eu abrisse a garagem. Lá estava a Belina, sem cor, faróis quebrados. Mas era um carro! Meus tios deram a Belina para o meu pai, após saberem do ocorrido. Ela serviu meu tio por um tempo, durante a construção de sua casa em Tatuí. Depois as coisas melhoraram e compraram um novo carro.

Arrumamos o carro, que serviu meu pai até o fina do ano passado. E hoje foi o dia de fazer um ensaio para a revista Quatro Rodas. Lá estava ela, depois de 28 anos de serviço pesado, sendo fotografada para a mais importante revista do gênero.

Fica aquí registrada a gratidão por termos pessoas como os meus tios nas nossas vidas. E o seu carro aparecerá na próxima Quatro Rodas.

Abraços. Vital



 Minha mãe e a tia Marilise com meu irmão recém nascido.
Tia Marilise, eu, minha avó e meu irmão. Einstein, 1974.

Um carro que trabalhou muito antes de parar.

 Primeiramente foi de um amigo do meu tio. Depois do meu tio e agora nossa.



Uma perua desejada em sua época.