Lembro que era uma tarde de sexta feira, a perua do colégio augusto Laranja me deixou em casa após a aula. Na sala, a família reunida. Fiquei sabendo da notícia, eu tinha oito anos e não processei direito o que significava aquilo tudo. Sabia que ele estava doente, há dias no hospital do Câncer.
Na mesma noite o corpo seguiu para Dourado, nossa cidade natal. Os restos mortais chegaram de madrugada, depois do contratempo do carro funerário ter quebrado. Não fui ao enterro, ficamos eu e o meu irmão em São Paulo, na casa de uma grande amiga da família. Não me despedi dele, não disse sequer uma palavra na última vez que vi aquele gigante já muito magro, no hospital. Penso nele sempre.
Nossa vida mudou muito com a partida dele. Nunca vou me esquecer do meu avô Elias, e nem do grande homem que ele foi. Fez um hospital, uma escola, uma ponte, uma estrada... Uma fábrica... Uma filha brilhante.... Uma família de primeira.
Entre as várias passagens marcantes, sua marca registrada era o seu Dodge. Cada vez que giro a chave e um dos Dodge começa a funcionar eu volto a minha infância. No Magnum, as suas fitas cassete, com mais de 30 anos, ajudam nesta viagem do tempo.
Saudades....
Elias Maluf - 29-04-1912 - 12-09-1980