quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Viajando para casa.

Eu nasci em Dourado, faz exatos 40 anos essa semana. E o motivo de eu nascer lá é muito simples de entender, quando explicado. Na verdade nunca morei lá. No início do século XX meus bisavós, recém chegados do Líbano, começaram suas vidas aqui no Brasil. E escolheram a pequena cidade. clima agradável e excelente localização geográfica. Nasci no hospital construído por meu avô. Como a casa que abriga o hospital foi do meu bisavô, vim ao mundo na mesma casa na qual meu avô nasceu, 60 anos antes. Incrível, não?

Não conheci o meu bisavô, Cesario Maluf. Mas minha bisavó faleceu com bastante idade, em 1981. E era muito legal ouvir as histórias da família contadas por ela, com aquele sotaque peculiar dos imigrantes libaneses.

Mas falarei mais sobre a história da minha família em outro post. Neste dedicarei alguns parágrafos para Dourado, minha cidade. 

Temos uma relação nostálgica com Dourado. Meu avô foi prefeito duas vezes nesta cidade. Construiu hospital, uma fábrica, escola, e interferiu junto ao governador para acelerar a pavimentação da rodovia. Posso dizer que lá passei os melhores anos da minha infância, nas longas férias com meus avós. A ansiedade para chegar o dia de viajar para Dourado era muito grande. Lembro-me da minha mãe carregando o Alfa Romeo para a viagem, que durava algo em torno de quatro horas na época. Ainda muito criança, lembro-me do odômetro parcial (claro que eu não sabia que esse era o nome daqueles números no velocímetro) marcando a distância percorrida.... a viagem não acabava nunca.

Anos depois meus avós se foram, minha mãe assumiu a fábrica e ficou a frente dos negócios por vinte anos, até que não foi mais possível continuar. Pegamos um certo desgosto pelo lugar. Minha mãe nunca mais sequer voltou lá. E não pretende em vida.

Eu, minha mãe e meu irmão.


Eu, brincando com a água da chuva.

 A casa, em 1973.
 eu com meu pai.
 Eu, com minha avó.
Minha mãe em frente a casa. Vejam as marcas dos diagonais na areia.


Eu mesmo fiquei mais de cinco anos sem pisar na cidade. Há pouco tempo fiz as pazes com o lugar. Quando vou, lembro-me do que foi bom e deixo as mágoas para trás. 

Uma das minhas metas é pelo menos manter a casa do meu avô, que está a mesma desde 1980. A fábrica já foi desapropriada e eu não pretendo entrar na briga para recuperar, pois o custo é muito alto e a vida é para frente. Nunca para trás. Acreditem, demorei muito para aceitar isso.

Esse post não fala de nenhum carro. Mas todos estes que já citei no blog ficavam estacionados por ali, enquanto eu e meu irmão crescíamos. Essa imagem é que guardo. Meu avô buzinando, entrando com o R/T na garagem. A F-100 parada em frente nossa casa. A Alfa estacionada perto da janela do escritório.

Bom, seguem umas fotos do feriado de 15 de novembro último. A capela tem uma história peculiar, foi construída em homenagem aos mortos que ficavam num pequeno cemitério no terreno da fábrica, no início do século XX. Assustador, não?

abraços a todos.

 Hospital construído pelo meu avô. A casa era da minha família. Nasci no mesmo quarto que o meu avô nasceu.
 Outra vista.
Essa ambulância tem 25 anos. Quem se habilita?
 Prédio da fábrica. Fechado desde 2001.
 Capela construída por meu avô, ao lado da nossa casa.
 Obra mal feita. A prefeitura desapropriou e está correndo um processo.
A nossa casa, como sempre foi. Basta imaginar os carros estacionados.





14 comentários:

  1. Caro amigo Vital
    O tempo passa né Vital?? Um dia teus filhos farão este mesmo trajeto que tu fez hoje, lembrando da origem do pai, assim como tu lembras dos teus!!A vida não é fácil para a maioria das pessoas, a gente tem que saber levar com sabedoria, coerência e respeito aos outros!
    Grande postagem meu amigo
    Cuti

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  2. Vital, temos praticamente a mesma idade, sou de outubro/1971. E estes cenários lembram bastante a minha infância também. É muito bom este gostinho de nostalgia que sinto a cada vez que vou a Cascavel, no oeste do Paraná, onde vivi dos 6 aos 19 anos, e meu pai ainda mora. Uma vez fui lá com minha esposa e filhas e fiz um trajeto mostrando todas as casas que morei e a história de cada uma delas.

    Abs,

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  3. Que viagem no tempo, hein? Como você e o Cuti tem mais que o dobro da minha idade, num futuro longínquo eu também deva passar por isso, kkkkkkkkk.

    Nas minhas fotos de criança tem Opala, Corcel, Monza, essas coisas. Inclusive as Belinas. Talvez por isto eu tenha achado a sua legal. Como já dizia o grande filósofo Fausto Silva, recordar é viver.

    Inté!

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  4. Ah, e se vira. Acha um jeito de melhorar esta interface. Tá moderna demais.
    Vai no painel do blogger, design, designer de modelo. Vê se dá certo.

    Inté!

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  5. Fala meu amigo Cuti, sempre fiel leitor! É verdade. O engraçado é que levamos um tempo para valorizar certas coisas. Naquela janela grande ficava o escritório do meu avô. Ali ele passava boa parta do dia. Para relaxar ele fazia cigarros de palha... bons tempos!

    Grande abraço e obrigado por estar aqui no blog sempre!

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  6. Renon, Cascavel é grande perto de Dourado, rsss... Só 8 mil habitantes, contando a turma que mora no cemitério, hahaha! E é muito gostoso contar nossas histórias para as crianças. Gera um vínculo maior ainda!

    Grande abraço!

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  7. Leroi, kkkkk! Se eu tenho o dobro da sua idade nas suas fotos deveria ter Versailles, Escort XR3, kkkkk!

    Vc chega aos 40 rapidão, kkkk!

    abçs meu velho!

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  8. Nem me fala, depois dos 18 a vida voa. No começo do ano eu faço 30.

    Escort XR3 eu já tive um, aquele modelo europeu. Foi meu único carro da Ford até hoje. Me passou raiva demais, pane elétrica pra todo lado, kkkkkkkk.

    Inté!

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  9. Vital
    FFFFIIINNNAAAALLLLmente!! KKKKKKKKKkkkkkkkkk

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  10. Cuti, os leitores mandam aqui, kkkkkk!!!!

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  11. Bela postagem Vital.

    Você está agindo certo, devemos deixar nossas mágoas para trás. Vale separar as boas lembranças, você deve tê-las aos montes, e voltar para revivê-las.

    PS: o layout está bem melhor agora.

    Grande abraço.

    Reinaldo
    http://reiv8.blogspot.com

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  12. Reinaldo, concordo contigo meu amigo! Ainda não concretizamos o passeio no Maverick mais lindo que eu conheço, tá devendo, rsss...!!!

    Grande abraço e valeu pela leitura!

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  13. Vital,

    minha culpa. O trabalho está com uma demanda absurda, não consigo andar com os carros.

    Passadas as festas vamos combinar. Poderíamos ir ao Juruna levar algumas coisas.

    Grande abraço.

    Reinaldo
    http://reiv8.blogspot.com

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  14. Rei, fechado, tenho um monte de coisas para levar lá. Frisos, para choques, as calotas do Magnum... Haja...

    abçs

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