Hoje minha Dodge Journey virou mil milhas. Estou gostando muito do carro, apesar das derrapadas iniciais com a Divena. Silencioso, rápido e muito confortável. O duro é dirigir outra marca.
1000 milhas, hoje na Marginal Pinheiros. vejam só 16,3 MPG na cidade.
Começo a entender melhor o significado de "Mopar or no car", rsss....
Segue também a foto de algumas tranqueiras que pedi para um amigo trazer dos Estados Unidos (se bem que nada é feito lá...). Coisas que nunca conseguiria por aqui. Um kit de primeiros socorros (cabo de partida, chaves diversas, luvas...), uma mochila, e várias camisetas e moletons. Tudo muito bacana.
Insanidade completa.
abraços!
domingo, 29 de abril de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
100 anos...
Hoje, dia 29 de abril de 2012, é o centenário do meu avô materno, Elias Maluf. Ele foi um homem realizador. Filhos de imigrantes libaneses que vieram com dinheiro para o Brasil e se estabeleceram na pequena cidade de Dourado. Lá, meu bisavô Cesário montou a sua loja e criou seus filhos, Elias (Babi) e Edwick Maluf.
Era um homem bem sucedido, mas a doença comeu-lhe todos os recursos e ele morreu muito cedo, em 1932, deixando esposa e filhos em situação muito difícil. Começava então a saga deste homem sem estudo, pobre e arrimo de família.
Com suspeita de câncer no céu da boca, uma biópsia tiraria a sua fala. Triste, contava que nesta época pensara em desistir de tudo. Não consigo imaginar o que este sujeito de dois metros passou, mas foi tudo muito difícil. Uma amiga de infância questionou em Dourado o seu paradeiro, contaram-lhe o que estava acontecendo ao Elias, seus problemas de saúde e a sua deprimente situação, residindo em São Paulo.
Esta amiga se chamava Leonor Mendes de Barros, esposa do Dr. Adhemar de Barros. Ela encaminhou meu avô aos especialistas e ele foi operado no Hospital alemão. Esse feito gerou uma eterna gratidão à Leonor e uma amizade muito forte com o Dr Adhemar. O Ademarismo para ele passou a ser uma religião.
Meu avô foi o homem que mais assentou tijolos em Dourado, até hoje. Provavelmente ninguém lembrará de seu centenário, e se me lembro bem dele, também não daria a mínima importância.
Ele foi um empresário de sucesso, um homem autodidata e com um empreendedorismo nato. Construiu uma fábrica, uma escola, um hospital... Enfim, deixou a sua marca no mundo.
Convivemos apenas oito anos juntos, e para mim suas marcas registradas eram seu Dodge, suas fitas de tango, seu cigarro de palha e sua braveza. Era um homem respeitado, influente e de gênio muito difícil. Mas tivemos nossos momentos juntos. Lembro-me de quando íamos ao banco no seu R/T vermelho, quando íamos almoçar no Jaber do centro... Das viagens para Dourado...
Lembro-me com tristeza de quando soube que ele havia morrido, numa sexta-feira de setembro de 1980. E o quanto ele fez falta para minha mãe.
Mexendo em suas coisas (coisa que ele detestava que fizessem) encontrei muito de sua história, esses papéis velhos são a nossa conexão temporal.
Uma das coisas que mais chateou meu avô foi o impedimento que sofreu em seu segundo mandato como prefeito. A política foi, é e sempre será algo sujo. Não é por ser meu avô, mas ele era um idealista, um industrial, e isso mexia com os interesses dos fazendeiros locais. Resumindo, em 1966 um vereador de sua confiança se vendeu à oposição e o processo começou. No final meu avô provou a sua inocência, mas nunca mais quis saber de política ou de Dourado. Para se ter uma idéia, até pão e carne ele comprava em outra cidade. O que eu adorava, pois viajávamos 40 km todos os dias de Charger para Ribeirão Bonito.
Uma de suas paixões era a sua única filha. Minha mãe. Apesar de ser um pai austero, até difícil de se aguentar, os dois tinham um vínculo muito forte.
Foi muito emocionante conseguir comprar um carro igual ao dele e poder mostra-lo a minha mãe. O Magnum original não foi muito curtido na época, foi o último carro dele. Foi vendido barato e nunca mais soube dele.
Estou preparando um resumo da minha coleção, em especial um capítulo sobre meu Magnum.
Sobre sua carreira política, só soube pelo que li em seus documentos. em Especial selecionei a carta do homem que o traiu, um tal de Salvador Pallone. Segue a carta escrita por ele, justificando-se. Um sujeito mal alfabetizado, que era vereador em Dourado. Um fato engraçado é que minha bisavó, na época com setenta anos, saiu com sobretudo e armada para matar os traidores, a sorte é que meu avô soube e mandou busca-la.
Sua fábrica, erguida com muito esforço
Nahil e Cesário Maluf - início do século XX
Era um homem bem sucedido, mas a doença comeu-lhe todos os recursos e ele morreu muito cedo, em 1932, deixando esposa e filhos em situação muito difícil. Começava então a saga deste homem sem estudo, pobre e arrimo de família.
Com suspeita de câncer no céu da boca, uma biópsia tiraria a sua fala. Triste, contava que nesta época pensara em desistir de tudo. Não consigo imaginar o que este sujeito de dois metros passou, mas foi tudo muito difícil. Uma amiga de infância questionou em Dourado o seu paradeiro, contaram-lhe o que estava acontecendo ao Elias, seus problemas de saúde e a sua deprimente situação, residindo em São Paulo.
Santista doente.
Com o Dr. Adhemar de Barros
No seu difícil início de vida
garoto, em Dourado
Um gigante. Nadando no rio, anos 30.
Esta amiga se chamava Leonor Mendes de Barros, esposa do Dr. Adhemar de Barros. Ela encaminhou meu avô aos especialistas e ele foi operado no Hospital alemão. Esse feito gerou uma eterna gratidão à Leonor e uma amizade muito forte com o Dr Adhemar. O Ademarismo para ele passou a ser uma religião.
Meu avô foi o homem que mais assentou tijolos em Dourado, até hoje. Provavelmente ninguém lembrará de seu centenário, e se me lembro bem dele, também não daria a mínima importância.
Ele foi um empresário de sucesso, um homem autodidata e com um empreendedorismo nato. Construiu uma fábrica, uma escola, um hospital... Enfim, deixou a sua marca no mundo.
Convivemos apenas oito anos juntos, e para mim suas marcas registradas eram seu Dodge, suas fitas de tango, seu cigarro de palha e sua braveza. Era um homem respeitado, influente e de gênio muito difícil. Mas tivemos nossos momentos juntos. Lembro-me de quando íamos ao banco no seu R/T vermelho, quando íamos almoçar no Jaber do centro... Das viagens para Dourado...
Lembro-me com tristeza de quando soube que ele havia morrido, numa sexta-feira de setembro de 1980. E o quanto ele fez falta para minha mãe.
Mexendo em suas coisas (coisa que ele detestava que fizessem) encontrei muito de sua história, esses papéis velhos são a nossa conexão temporal.
Uma das coisas que mais chateou meu avô foi o impedimento que sofreu em seu segundo mandato como prefeito. A política foi, é e sempre será algo sujo. Não é por ser meu avô, mas ele era um idealista, um industrial, e isso mexia com os interesses dos fazendeiros locais. Resumindo, em 1966 um vereador de sua confiança se vendeu à oposição e o processo começou. No final meu avô provou a sua inocência, mas nunca mais quis saber de política ou de Dourado. Para se ter uma idéia, até pão e carne ele comprava em outra cidade. O que eu adorava, pois viajávamos 40 km todos os dias de Charger para Ribeirão Bonito.
Uma de suas paixões era a sua única filha. Minha mãe. Apesar de ser um pai austero, até difícil de se aguentar, os dois tinham um vínculo muito forte.
MM no seu 2o aniversário
No início dos anos 80, aprendendo a ser empresária
Foi muito emocionante conseguir comprar um carro igual ao dele e poder mostra-lo a minha mãe. O Magnum original não foi muito curtido na época, foi o último carro dele. Foi vendido barato e nunca mais soube dele.
Estou preparando um resumo da minha coleção, em especial um capítulo sobre meu Magnum.
Notas Fiscais de seus Dodges
uma de suas marcas registradas: O Dodge 1979
Sobre sua carreira política, só soube pelo que li em seus documentos. em Especial selecionei a carta do homem que o traiu, um tal de Salvador Pallone. Segue a carta escrita por ele, justificando-se. Um sujeito mal alfabetizado, que era vereador em Dourado. Um fato engraçado é que minha bisavó, na época com setenta anos, saiu com sobretudo e armada para matar os traidores, a sorte é que meu avô soube e mandou busca-la.
Recorte de jornal da época. Meu avô, sentado. Essa mesa existe e está em casa. O cinzeiro em forma de pneu está no meu escritório. A esquerda, o traidor. A direita, em pé, nosso amigo Pedroca, dono da fazenda Bela Vista.
manuscrito original do traidor
datilografado.
Outro documento que encontrei e achei interessante é a resposta a uma intimação da prefeitura, quando foi investigado após o impedimento. Como disse, provou sua inocência, mas com certeza esse processo todo encurtou a sua vida em alguns anos. Achei interessante também a declaração de bens que foi-lhe solicitada durante o processo, questionando tudo o que tinha desde seu ingresso na vida pública. Um homem que ganhou tudo honestamente.
Inclusive seu carro oficial era o seu Aero particular. Nunca gastou recurso da prefeitura com luxos para si próprio. Na verdade sua vida só progrediu financeiramente falando quando ele deixou a política e se dedicou somente a sua fábrica.
Nunca me esqueci do meu avô, uma maneira que me conecto a ele e a minha infância é curtindo minha pequena coleção de carros Dodge e guardando suas memórias e um pouco de seus objetos pessoais. Sempre guardei e conservei estas pequenas coisas.
Catálogo 79 no qual escolheu seu carro, suas canetas, seu Omega automático... Palha de cigarro...
Bom, isso é apenas um pouco da vida desse homem, que para mim foi um grande cara. Uma pequena homenagem do seu neto mais velho.
Sua fábrica, erguida com muito esforço
saudades...
abraços a todos que tiveram paciência de ler.
Vital
terça-feira, 17 de abril de 2012
Emoção 79. E outras mais histórias imperdíveis.
Pessoal, hoje peguei as minhas primeiras cópias do novo livro do Alexandre. E posso dizer que é uma obra prima no acabamento e no conteúdo. Diferente do já sensacional primeiro volume, o livro traz muitos detalhes históricos, não vou contar para não estragar a surpresa.
Posso dizer que, para quem gosta de Magnum e R/T 79, tem um capítulo imperdível, com fotos dos protótipos, inéditas.
Não vou escrever muito pois quero ler o livro ainda hoje.
Seguem umas fotos. Para fechar, uma volta de Roadrunner 1970, como passageiro, lógico.
Comprem suas cópias, mais que uma história da coleção do Badolato, é um registro da história da Chrysler do Brasil. www.museudodge.com
Detalhe: Eu e meu velho estamos na página 178.
abraços!
Posso dizer que, para quem gosta de Magnum e R/T 79, tem um capítulo imperdível, com fotos dos protótipos, inéditas.
Não vou escrever muito pois quero ler o livro ainda hoje.
Seguem umas fotos. Para fechar, uma volta de Roadrunner 1970, como passageiro, lógico.
Comprem suas cópias, mais que uma história da coleção do Badolato, é um registro da história da Chrysler do Brasil. www.museudodge.com
Detalhe: Eu e meu velho estamos na página 178.
abraços!
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